quarta-feira, 12 de setembro de 2012

De onde vem o patchouli?



Pogostemon cablin Benth., popularmente conhecida como patchouli, é uma planta arbustiva, com folhas extremamente aromáticas pertencente a família Lamiaceae. A região originária desta planta localiza-se na Malásia, Filipinas e sul da Índia. O cultivo do Pogostemon cablin Benth está disseminado em todo mundo, tendo como maiores produtores a Indonésia, China, Malásia e a América do Sul. A média de produção de óleo essencial de patchouli do Brasil é de 12 toneladas por ano.

O óleo essencial deste arbusto, extraído por destilação a vapor das folhas secas, é amplamente empregado em perfumaria, cosméticos e fitoterapia. O óleo de patchouli é uma mistura de mais de 30 componentes químicos, e a maior porcentagem é contituída de patchoulol, que compõe 30 a 40%, e é responsável pelo aroma característico. O patchoulol e também o α-patchouleno regulam o aroma odor balsâmico amadeirado, com nuance herbácea e floral.

Antigamente seu aroma marcante servia como prova de autenticidade aos produtos importados indianos, já que suas folhas vinham junto a tapetes e sedas. Também foi muito associado ao movimento hippie nos anos 60, e hoje o patchouli sobressai na composição de perfumes sofisticados, como os elaborados por Prada, Thierry Mugler, Dior, Gucci, Yves Saint Laurent entre outros.

As pesquisas com o óleo essencial de patchouli também estão evoluindo em propriedades medicinais e farmacológicas. Sua essência pode ser estimulante, afrodisíaca e descongestionante. Também há evidências de sua eficácia em atividades antibacterianas, antifúngicas, antioxidantes, inseticida e repelente contra insetos. 


sábado, 11 de agosto de 2012

Qual a origem de suas frutas e hortaliças?

 
Na compra de qualquer produto é natural que tenhamos preferências. A escolha de um item em especial é atrelada a fatores ligados a razão e também a emoção. Ali pelos lados da razão consideramos a qualidade do produto, o valor nutricional, segurança em seu consumo e o quanto isso custará ao nosso bolso. Pelo lado da emoção permeamos algo mais complexo de mensurar: aromas, sabores, cores e texturas mexem com sentidos e sentimentos. 

Será que reparamos o suficiente na origem das frutas e hortaliças que fazem parte do nosso dia-a-dia? Qual a marca das maçãs, mangas, abacaxis, laranjas, batatas, cenouras, beterrabas, alfaces.... que entram na nossa casa?


Segundo o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) a marca identifica e diferencia a empresa e seus produtos ou serviços dos concorrentes. Sinaliza ao consumidor a origem do produto, além de protegê-lo. Além disso, é responsável por fixar o nome do negócio e suas ações na mente dos compradores. Muitas marcas passam a ser sinônimos de seus produtos comercializados.

Por isso, saber identificar nossa marca favorita é uma maneira de prestigiar e manter no mercado aqueles itens que nos satisfazem. Em nome da quantidade e preços baixos, em detrimento a qualidade, deparamo-nos com frutas e hortaliças que não apresentam condições ideais de comercialização. O ponto de colheita ideal é aquele que garantirá máximo valor nutritivo, sabor e aroma ao longo da pós-colheita do produto. Este ponto ideal é específico para cada cultura, podendo ocorrer amadurecimento ou não após a retirada da planta. A prática da colheita antes do tempo ideal pode ocorrer por simples falta de conhecimento e também por questões de demanda. 

A falta de flavor (sabor e aroma) específicos de cada produto é caso corriqueiro e motivo de reclamações por parte dos consumidores.  A escolha baseada apenas em beleza não garante qualidade, assim como a não adequação a algumas padronizações, como tamanho por exemplo, não é indicativo de produto ruim. Hoje, através da internet, é possível obter informações de plantio, colheita, respeito ao meio ambiente, boas práticas agrícolas e outros dados que possam ser importantes a cada consumidor. Diante de tantas variáveis, saber de onde vem e quem produz o que ingerimos é um fator que nos auxilia em boas escolhas.


sexta-feira, 3 de agosto de 2012

O que é marula?


Sclerocarya birrea é o nome da árvore popularmente denominada marula, típica do bioma das savanas da África oriental (parte do continente que é banhado pelo oceano índico). Da família Anacardiaceae, seus adocicados frutos são apreciados e possuem pele amarela clara, polpa branca e riqueza de vitamina C. O licor é preparado a partir da fermentação da polpa dos frutos da marula, industrializado por uma empresa da África do Sul, e reconhecido como o espírito da África. Na fermentação, que dura entre 7 a 10 dias, temos a conversão dos açúcares da fruta em álcool, mas o processo até o produto final dura mais de anos.

A procura pelo licor é intensa, além de ter sido eleito três vezes consecutivas o melhor licor do mundo pela The International Wine & Spirit Competiton. Apesar da demanda, cultivos extensivos da marula não são comuns, e a árvore geralmente se espalha pelas savanas de forma natural.

O fruto da marula é importante para diversas comunidades rurais africanas, por ser uma espécie de ampla distribuição e resistência à seca e, portanto, fonte de recursos até em épocas de dificuldade. As crenças que envolvem a planta também são inúmeras. Entre os Ndebele (Zimbabué) a infusão de folhas e raízes é tradicionalmente usada para lavar o corpo de pessoas para impedir que espíritos malignos possuam um membro da família. Também é conhecida como “árvore do casamento” e seu nome no idioma zulu é “umganu”, que significa “casar ou tornar-se noiva”. Algumas tribos relacionam a fecundidade e produtividade da área cultivada com a Sclerocarya birrea com a fertilidade de suas mulheres. Diz-se que a probabilidade de engravidar é aumentada após comer o fruto, enquanto que é possível escolher o sexo do bebê através de uma preparação feita de árvores femininas ou masculinas. 

A ligação entre os elefantes e a marula também é forte, sendo cobiçado alimento por esse animal. Uma lenda difundida há anos conta que os elefantes se embriagam nas savanas com o consumo dos frutos fermentados. Por ser uma história atraente, permeia o folclore, alimenta curiosidade e a indústria de turismo. Contudo, é improvável que isto realmente ocorra. Seria necessário ingerir muitos e muitooos quilos de frutas fermentadas.



sábado, 28 de julho de 2012

Época de: Kiwi!




Actinidia deliciosa: é o nome do kiwi, a fruta de gosto suave que conhecemos e apreciamos. O kiwi é originário de climas temperados da China, mas tem a Nova Zelândia como primeiro produtor em larga escala. Hoje a Itália é o país que mais produz a fruta, seguido da própria Nova Zelândia e do Chile. Aqui no Brasil 50% do que consumimos é importado do Chile, e os outros são produzidos no sul do país.
O kiwi é uma planta trepadeira, que necessita de tutoramento, exigente em água e é imprescindível a presença de no mínimo 8 plantas femininas para 1 masculina para que ocorra polinização e boa produção.
Para conservar a qualidade da fruta podemos armazená-la sob refrigeração por mais de 100 dias em temperaturas de até 0°C. O amolecimento é um dos problemas que podem acometer o kiwi, e para evitar que isto ocorra devemos deixa-lo longe de frutas que produzem muito etileno (hormônio do amadurecimento) como mamão e banana.
          
          É época de kiwi! Gosta da fruta? Aproveite para comprá-la com preços que estão variando entre R$ 2,98/kg para a fruta nacional e R$ 5,00/kg para a fruta importada. 

            Além do kiwi tradicional que conhecemos, existe também o de coloração dourada, produzido há alguns anos na Nova Zelândia. Com formato mais ovalado, promete ser mais doce e ter alto conteúdo de potássio, fibras, vitamina C e E. A. Ainda não o vi por aqui no Brasil.

          
              E ainda temos mais um kiwi, você conhece este abaixo?


           Qualquer semelhança não é mera coincidência! 


Esse é o Apteryx australis, denominado popularmente como kiwi (ou quivi), e empresta seu nome a fruta, e por sua vez recebe este nome devido ao som agudo característico que emite.
Esta ave exótica é endêmica e símbolo da Nova Zelândia, contudo, algumas de suas espécies estão em extremo perigo de extinção. O kiwi é uma ave de hábitos noturnos e ainda possui uma grande desvantagem: devido à falta de competição e inimigos naturais durante milhares de anos as suas asas foram diminuindo e atrofiando. O kiwi não voa! Com a colonização da Nova Zelândia alguns animais predadores inexistentes na ilha foram introduzidos e a população destas pequenas aves foi diminuída.





quarta-feira, 22 de junho de 2011

Época de: Gengibre!

         O gengibre é um rizoma, parte subterrânea da planta Zingiber Officinale, que tem aroma único e sabor picante. Já era apreciado entre os europeus há mais de 2.000 anos, onde era tão popular quanto à pimenta-do-reino. Originário da China, ilhas de Java e Índia, foi trazido para a América após o descobrimento e foi cultivado em países como o México e Jamaica.

          O gengibre é apontado como um alimento funcional, e pode ter bons resultados anti-inflamatórios, contra náuseas, úlceras, hipoglicemia e alguns tipos de bactérias.

          Hoje, a maior área cultivada de gengibre encontra-se na África, especificamente na Nigéria. Mas a extensa área cultivada não garante maior volume de produção, que está na China e na Índia.

          A produção brasileira de gengibre fica no estado do Paraná. A cidade de Morretes é a principal produtora, acompanhada por Guaraqueçaba, Antonina, Paranaguá e Guaratuba, e são responsáveis por 3.945 toneladas/ano de rizomas in natura, em uma área aproximada de 201 hectares.

          A produção brasileira é quase toda voltada à exportação. De 70 a 80% são enviados para os Estados Unidos, Reino Unido, Holanda e Canadá. Rizomas que não atingem a qualidade tipo exportação são destinados ao mercado interno (sim, ficamos com a parte não tão boa...).

          O gengibre é largamente empregado no preparo de chás, e nesta época de festas juninas dá o sabor especial nos quentões e vinhos quentes. Na hora de comprar o gengibre as dicas são observar as condições de higiene do produto, a ausência de brotações laterais e ausência de murchamento.

        A parte aérea da planta também tem seu valor. Vem sendo estudadas formas de consumir as inflorescências do Zingiber Officinale, e há sinais que o chá feito das inflorescências pode ser tão bom quanto os preparados por rizomas. Comparado com outras inflorescências, como o brócolis e a couve-flor, as inflorescências de gengibre possuem 6 vezes mais proteínas e 6,4 vezes mais fibras do que o brócolis e, 9 vezes mais proteínas e 9,8 vezes mais fibras do que a couve-flor.





quinta-feira, 9 de junho de 2011

Embrapa Instrumentação abre inscrição para curso de pós-colheita


        
          Olha aí pessoal, uma boa oportunidade para se especializar com excelentes profissionais da área! As informações estão disponíveis no site da Embrapa Instrumentação e seguem abaixo!

          Estão abertas até 22 de julho as inscrições para o curso de tecnologia em pós-colheita em frutas e hortaliças, que a Embrapa Instrumentação - São Carlos (SP) - vai realizar no período de 22 a 26 de agosto. As perdas pós-colheita no Brasil atingem 20 a 30% do total produzido. A proposta do curso é contribuir para a melhoria da aplicação de tecnologias que minimizem perdas, sendo destinado à capacitação de produtores, atacadistas, varejistas, técnicos e especialistas na cadeia produtiva.
         O curso foi inspirado em modelos consagrados nos Estados Unidos e Europa. Durante o curso serão discutidos temas como Tendências no mercado de frutas, nacional e internacional; Cenário mundial de alimentos e algumas tendências tecnológicas; Colheita de frutas e hortaliças; Classificação de hortaliças e frutas; Valoração na comercialização de frutas e hortaliças; Processamento mínimo de frutas; Legislação de embalagens para contato direto com alimentos;
         O curso será composto de exposições teóricas, práticas em laboratórios e excursões técnicas. A programação completa e todas as informações podem ser acessadas pelo site: www.cnpdia.embrapa.br/poscolheita. (Texto elaborado por Joana Silva - Embrapa Instrumentação).


sexta-feira, 3 de junho de 2011

Os produtos minimamente processados



Frutas e hortaliças minimamente processadas são, em essência, vegetais que passaram por alterações físicas, isto é, foram descascados, picados, torneados e ralados, dentre outros processos, mas mantidos no estado fresco e metabolicamente ativos.


           Essa é uma das definições sobre aquele produto que compramos pronto para consumir. Um produto minimamente processado, porém, não é somente uma hortaliça ou fruta picada e colocada em uma embalagem aleatoriamente. Isto é uma ciência! Existem muitos estudos sobre qual a melhor forma de corte, qual a melhor embalagem, como mantê-los por mais tempo e, sobretudo, com a maior segurança e higiene possível. Profissionais das melhores universidades do Brasil são envolvidos neste tipo de pesquisa, e existe até o encontro nacional sobre o processamento mínimo.

          Para começar bem, o produto a ser processado deve vir dos melhores itens disponíveis. E, definitivamente, o critério de escolha da qualidade para esses produtos deve ser alto. Um produto minimamente processado não deve partir de uma fruta ou hortaliça que esteja deteriorada, mesmo que esta parte seja descartada, este produto não durará muitos dias.

          Ao realizarmos o corte estamos acelerando o metabolismo do vegetal, e ele tende a estragar rapidamente em relação a produtos inteiros. Por isso, começamos com matéria prima de primeira linha, e submetemos ao processamento.

         Para driblar o metabolismo dos vegetais podem ser utilizadas inúmeras estratégias, sendo a mais utilizada a refrigeração. O abaixamento da temperatura, dentro da tolerância que é peculiar a cada produto, reduz a respiração (simmm, as frutas e vegetais respiram ainda após a colheita! São vivos!), inibindo outros processos fisiológicos também. A refrigeração é exigida durante todo o processamento.

         O produto é deixado descansar em temperatura amena para retirada do calor interno*, logo depois e em câmara fria, é realizado o corte. *(se você já chegou do mercado, guardou uma fruta ou hortaliça dentro de um saquinho na geladeira e depois percebeu que ele "suou”, temos ai um exemplo de armazenamento errado, ele ainda estava “quente” para ser guardado embalado na geladeira)

         Aqui mais uma exigência: higiene em todas as etapas. Desde a câmara fria, todos os utensílios, passando pelos instrumentos de corte, devem ser sanitizados. As pessoas envolvidas no processamento também devem manter uma conduta rígida de limpeza.

         O processamento pode ser feito de formas diferenciadas, dependendo do que se deseja processar e as necessidades dos consumidores. Também existem meios de aplicar aditivos para evitar que haja escurecimento em frutas, perda de água em hortaliças, e redução da carga microbiológica.

         Nas embalagens podem ser utilizadas proporções diferentes de CO2 e O2. Com menos oxigênio, temos a respiração mais lenta e mais tempo de vida. Mas tem que haver um balanço, pois a falta de oxigênio também pode levar a fermentação, e ai você abrirá a embalagem e sentirá cheiro de álcool, terá um produto não adequado ao consumo.

         Então a ciência é essa: melhores produtos + melhor higiene + melhor corte + melhor embalagem + melhores tecnologias + melhor temperatura = maior praticidade!





quarta-feira, 25 de maio de 2011

De onde vem a Baunilha?


Baunilha! Hummm... Sentiu o aroma ai?? Eu senti!!!

O aroma da baunilha é proveniente de uma molécula denominada vanilina, que na sua forma natural pode ser extraída da vagem da orquídea tropical Vanilla planifolia. Têm-se registros de produção e extração de vanilina desde a época dos astecas (que foi a civilização mesoamericana, pré-colombiana, que floresceu principalmente entre os séculos XIV e XVI, no território correspondente México). Até hoje o México é um dos maiores produtores de vanilina do mundo, junto com Tahiti e Indonésia, que seguem o maior produtor: Madagáscar.

A produção mundial de vanilina gira em torno de 12.000 toneladas/ano, contudo, a extração feita a partir da Vanilla planifolia é responsável por apenas 1% deste total. Então, muito provavelmente, a baunilha que utilizamos (seja em culinária ou perfumaria, por exemplo) não vem da retirada da orquídea. Além do baixo rendimento, temos outro fator: o valor da vanilina natural custa de US$ 1.200,00 a US$ 4.000,00 por quilo. Isto mesmo, este valor e em dóóólares!

Para suprir a imensa demanda por esta especiaria aromatizante foram desenvolvidos meios sintéticos de obter vanilina, e por meios sintéticos o custo baixa para US$ 15,00! Já em 1875 era produzida a baunilha artificial, sintetizada a partir do eugenol (molécula encontrada no óleo de cravo). Esse processo evoluiu e até 1990 a vanilina também era extraída da lignina (macromolécula associada à celulose na parede celular cuja função que confere rigidez, impermeabilidade e resistência a ataques microbiológicos e mecânicos a tecidos vegetais).

Hoje em dia a parte majoritária da vanilina sintética é obtida a partir do uso de precursores derivados do petróleo. Os precursores oriundos da indústria petroquímica mais utilizados são o guaiacol e o p-cresol, que são economicamente mais viáveis do que os outros meios de produção. Contudo as pesquisas não pararam por ai, por meio da biotecnologia, vem sendo estudadas moléculas diferentes para produção de vanilina, como a vanilil-amina, que pode ser extraída da pimenta, e convertida por meio de uma enzima em vanilina.  Fantástico não??

Uma dica: talvez você consiga verificar a origem da baunilha do produto que você consome. Está escrito vanilina? Sintético. Está escrito vanilla: natural!






quinta-feira, 5 de maio de 2011

Época de: Carambola!

      
           De abril até julho estaremos na safra de carambola!

          A carambola teria chegado ao Brasil exatamente no dia 1º de Maio de 1811, trazida pelo agrônomo francês Paul Germain (obrigada Paul!), e plantada em um jardim que existia na época, denominado jardim da Aclimação, em Olinda-PE. Em 1856 há relatos que já ocorria no Rio de Janeiro... E depois o plantio se espalhou pelo Brasil inteiro.

         O Brasil é um dos principais produtores de carambola, com cerca de 300 ha que se localizam principalmente no estado de São Paulo, grande parte da produção brasileira vem de pequenos pomares. O volume de comercialização chega a 2000 t/ano, mesmo assim, essa produção ainda é pequena, e quem leva o título de maiores produtores frente ao Brasil são a Malásia, Taiwan, Israel e Tailândia.

         A carambola é uma fruta climatérica (simplificadamente, ela amadurece após ser colhida, podendo ser colhida antes de estar no “ponto”). Ao amadurecer a cor verde dá lugar gradativamente a cor amarela, e seu gosto vai ficando mais doce. Mas se você puder, colha uma diretamente do pé, bem amarelinha, e veja só que espetacular!

         Bem, se não tem como colher, vejamos lá: hoje (05/05/2011) na CEAGESP o quilo da carambola está em R$ 3,22 (a menor), R$ 3,84 (a comum), R$ 4,49 (a maior).

         Só um cuidado deve ser especialmente lembrado: pacientes com insuficiência renal crônica, mesmo pré-dialítica, devem ser alertados para não ingerir carambola. A fruta possui uma substância natural que não é filtrada pelo rim destas pessoas, ficando retida. Os sintomas de intoxicação podem ser crises de soluços até complicações muito graves (e isto não é lenda!).




terça-feira, 26 de abril de 2011

Por que o caqui amarra a boca?

        O caqui um fruto nativo da China, mas que teve o desenvolvimento de cultivares na Coréia e também no Japão. A partir de 1920, com a vinda de imigrantes japoneses ao Brasil ocorreu a expansão da cultura no estado de São Paulo e a disseminação desta delicada fruta no gosto dos brasileiros.

        De acordo com dados da FAO (Food and Agriculture Organization of the United Nations), a produção mundial de caqui, em 2007, foi de 3,3 milhões de toneladas. Sendo a China o maior produtor com 2,3 milhões de toneladas, seguida da Coréia, Japão e Brasil ocupando o quarto lugar produzindo cerca de 170 mil toneladas.

        Os caquis são classificados em taninosos, não taninosos e variáveis.

        Os taninosos (ou Sibugaki) são os que possuem um tipo de polifenol, denominado tanino, que são responsáveis por amarrar a boca! Os taninos inibem a atividade lubrificante da saliva, e por isso a sensação estranha. Eles tem a polpa macia, forma esférica achatada e coloração quase vermelha. O mais cultivado no Brasil chama-se Taubaté.

        As cultivares não taninosas (ou Amagaki) possuem a polpa amarela, possibilitam colheita tardia, além ter boa aceitação por parte do consumidor, como o caso da Fuyu.

       Os variáveis, como os Rama Forte, tanto podem ter polpa amarela e não possuir sementes nem tanino, como ter polpa escura com sementes e tanino. Quando oriundos de flores não polinizadas (sem sementes) apresentam polpa amarela e rica em taninos, necessitando de destanização. Porém, quando ocorre polinização há formação de sementes e a polpa apresenta-se escura de cor chocolate e sem tanino, estando aptos para o consumo na colheita.

        Como pode ser feita a destanização?

         Podem ser utilizados métodos para a remoção da adstringência de caquis com utilização de atmosfera com alta concentração de dióxido de carbono ou baixa concentração de oxigênio e exposição à atmosfera com vapores de etanol.

        Com esses tratamentos é induzida a respiração anaeróbica nos frutos, e consequentemente a produção de acetaldeído. Esse composto reage com o tanino solúvel (responsável pela adstringência), tornando-o insolúvel ou polimerizado, deixando-o assim “inativo”.