sábado, 11 de agosto de 2012

Qual a origem de suas frutas e hortaliças?

 
Na compra de qualquer produto é natural que tenhamos preferências. A escolha de um item em especial é atrelada a fatores ligados a razão e também a emoção. Ali pelos lados da razão consideramos a qualidade do produto, o valor nutricional, segurança em seu consumo e o quanto isso custará ao nosso bolso. Pelo lado da emoção permeamos algo mais complexo de mensurar: aromas, sabores, cores e texturas mexem com sentidos e sentimentos. 

Será que reparamos o suficiente na origem das frutas e hortaliças que fazem parte do nosso dia-a-dia? Qual a marca das maçãs, mangas, abacaxis, laranjas, batatas, cenouras, beterrabas, alfaces.... que entram na nossa casa?


Segundo o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) a marca identifica e diferencia a empresa e seus produtos ou serviços dos concorrentes. Sinaliza ao consumidor a origem do produto, além de protegê-lo. Além disso, é responsável por fixar o nome do negócio e suas ações na mente dos compradores. Muitas marcas passam a ser sinônimos de seus produtos comercializados.

Por isso, saber identificar nossa marca favorita é uma maneira de prestigiar e manter no mercado aqueles itens que nos satisfazem. Em nome da quantidade e preços baixos, em detrimento a qualidade, deparamo-nos com frutas e hortaliças que não apresentam condições ideais de comercialização. O ponto de colheita ideal é aquele que garantirá máximo valor nutritivo, sabor e aroma ao longo da pós-colheita do produto. Este ponto ideal é específico para cada cultura, podendo ocorrer amadurecimento ou não após a retirada da planta. A prática da colheita antes do tempo ideal pode ocorrer por simples falta de conhecimento e também por questões de demanda. 

A falta de flavor (sabor e aroma) específicos de cada produto é caso corriqueiro e motivo de reclamações por parte dos consumidores.  A escolha baseada apenas em beleza não garante qualidade, assim como a não adequação a algumas padronizações, como tamanho por exemplo, não é indicativo de produto ruim. Hoje, através da internet, é possível obter informações de plantio, colheita, respeito ao meio ambiente, boas práticas agrícolas e outros dados que possam ser importantes a cada consumidor. Diante de tantas variáveis, saber de onde vem e quem produz o que ingerimos é um fator que nos auxilia em boas escolhas.


sexta-feira, 3 de agosto de 2012

O que é marula?


Sclerocarya birrea é o nome da árvore popularmente denominada marula, típica do bioma das savanas da África oriental (parte do continente que é banhado pelo oceano índico). Da família Anacardiaceae, seus adocicados frutos são apreciados e possuem pele amarela clara, polpa branca e riqueza de vitamina C. O licor é preparado a partir da fermentação da polpa dos frutos da marula, industrializado por uma empresa da África do Sul, e reconhecido como o espírito da África. Na fermentação, que dura entre 7 a 10 dias, temos a conversão dos açúcares da fruta em álcool, mas o processo até o produto final dura mais de anos.

A procura pelo licor é intensa, além de ter sido eleito três vezes consecutivas o melhor licor do mundo pela The International Wine & Spirit Competiton. Apesar da demanda, cultivos extensivos da marula não são comuns, e a árvore geralmente se espalha pelas savanas de forma natural.

O fruto da marula é importante para diversas comunidades rurais africanas, por ser uma espécie de ampla distribuição e resistência à seca e, portanto, fonte de recursos até em épocas de dificuldade. As crenças que envolvem a planta também são inúmeras. Entre os Ndebele (Zimbabué) a infusão de folhas e raízes é tradicionalmente usada para lavar o corpo de pessoas para impedir que espíritos malignos possuam um membro da família. Também é conhecida como “árvore do casamento” e seu nome no idioma zulu é “umganu”, que significa “casar ou tornar-se noiva”. Algumas tribos relacionam a fecundidade e produtividade da área cultivada com a Sclerocarya birrea com a fertilidade de suas mulheres. Diz-se que a probabilidade de engravidar é aumentada após comer o fruto, enquanto que é possível escolher o sexo do bebê através de uma preparação feita de árvores femininas ou masculinas. 

A ligação entre os elefantes e a marula também é forte, sendo cobiçado alimento por esse animal. Uma lenda difundida há anos conta que os elefantes se embriagam nas savanas com o consumo dos frutos fermentados. Por ser uma história atraente, permeia o folclore, alimenta curiosidade e a indústria de turismo. Contudo, é improvável que isto realmente ocorra. Seria necessário ingerir muitos e muitooos quilos de frutas fermentadas.